That Doesn’t Seem To Work

Guybrush Threepwood has just arrived at Melee Island and is trying out things that do not seem to work.

O Guybrush Threepwood acabado de chegar à Ilha Mêlée. Screenshot do autor

Quando entrei para o quinto ano e chegou a altura de começar a aprender Inglês, eu já sabia falar fluentemente. Lembro-me de grandes conversas com a minha prima (mais velha) a caminho da praia que só nós entendíamos.

Aprendi Inglês sozinho. Isto é, com a ajuda de jogos de computador e sitcoms americanas. Pelo caminho diverti-me, agilizei o raciocínio e eduquei o meu sentido de humor.

Dois amigos mais velhos da minha irmã iam às vezes lá a casa com umas quantas diskettes com jogos para experimentarmos. Uma vez perguntaram-me — era eu uma tenra criança — “o teu pai fala Inglês? Para poderes jogar este jogo…” A inocência da juventude casa na perfeição com a iniciativa. Eu não sabia falar Inglês (isso é o quê, uma língua “estrangeira”?) mas também não ia ficar à espera do meu pai para explorar um universo fresquíssimo e cheio de novidade. Meti a diskette na drive do Commodore Amiga e comecei, destemido, a jogar The Secret of Monkey Island, a original e intemporal aventura gráfica da Lucas Arts.

A parte “gráfica” no nome do género é central. Não havia nenhuma das palavras presentes no jogo que entendesse, mas por tentativa e erro, clicando em diferentes partes da evocativa ilha em pixel art que reconhecia fui avançando na história. É impressionante o que um maleável cérebro infantil é capaz de resolver e assimilar; lentamente mas com convicção lá fui eu integrando palavras novas e resolvendo puzzles recorrendo a combinações improváveis.

A minha primeira frase em Inglês foi “That doesn’t seem to work.”, mas como não sabia o que queria dizer não me demoveu de continuar a tentar.

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